Cruzamento industrial
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Cruzamento industrial: a chave para uma pecuária competitiva e eficiente

Em um cenário pecuário extremamente competitivo e acelerado, o cruzamento industrial se mostra um eficiente aliado na produção de corte.

Não é de hoje que a prática vem sendo realizada por pecuaristas em todo o mundo, a fim de conseguirem explorar o máximo do potencial genético de cada raça.

Além disso, a utilização deste tipo de cruzamento se mostra muito eficiente quando existe a necessidade de adaptação de raças exóticas a um novo ambiente, por exemplo, com a raça Angus no Brasil.

Se você, pecuarista, tem interesse em saber mais sobre os benefícios do cruzamento industrial e como fazê-lo em sua fazenda, continue com a leitura.

O que é o cruzamento industrial?

O cruzamento industrial é uma técnica de reprodução seletiva que visa potencializar características desejáveis nos bovinos, como ganho de peso, resistência a doenças, resistência ao clima, acabamento de carcaça, dentre outras.

Ao cruzar raças diferentes, o pecuarista busca combinar as melhores características de cada uma para obter animais mais saudáveis e produtivos.

Em outras palavras, realizar o cruzamento industrial, nada mais é do que aproveitar melhor a manifestação da heterose.

O que é a heterose?

A heterose, também conhecida como vigor híbrido, acontece quando a prole (F1) de dois bovinos geneticamente diferentes exibe características superiores à média de seus pais.

Em termos mais simples, é o aumento do desempenho ou vigor em características específicas, quando duas raças geneticamente distintas são cruzadas. Portanto, em cruzamentos industriais, a heterose é bastante explorada.

Quanto maior o grau de distanciamento genético que um indivíduo do cruzamento tem do outro, mais evidentes serão as manifestações da heterose na prole.

Por exemplo, se pegarmos a característica “peso ao desmame”, para o Nelore, o peso médio é de 180 kg, para o Angus, 250 kg. A média das duas raças é de 215 kg. Porém, devido aos efeitos da heterose, a F1 desse cruzamento possui peso ao desmame de 250 kg.

Para efeito de comparação, o valor da heterose do cruzamento de duas raças zebuínas é menor. Se pegarmos o peso ao desmame do Nelore, 180 kg e o peso ao desmame do Tabapuã, por exemplo, 210 kg, temos uma média de 195 kg. Se considerarmos o peso de desmame da F1 de 220 kg, temos um resultado de heterose de 12,8%.

 

Benefícios da técnica

Em suma, o objetivo de qualquer estratégia de produção bovina é aumentar a lucratividade através da eficiência produtiva, e com o cruzamento industrial não é diferente.

  1. Complementaridade

Quanto mais características complementares as raças dos pais tiverem, melhor será o resultado da progênie resultante do cruzamento. A situação mais evidente disso é o cruzamento entre vacas zebuínas que apresentam altos índices de fertilidade e resistência a doenças, com machos europeus, apresentando bom ganho de peso e acabamento de carcaça;

  1. Versatilidade

Através dos cruzamentos industriais, é possível o produtor obter produtos (animais) que vão de encontro com a necessidade do mercado, mais rapidamente. Por exemplo, se o mercado está exigindo animais desmamados mais pesados, faz-se um cruzamento com um touro europeu que apresente esta característica;

  1. Heterose

Esse tipo de cruzamento proporciona o máximo de utilização da heterose, fazendo com que a média dos produtos (F1) seja superior do que a média dos pais.

Tipos de cruzamento industrial

Cada tipo de cruzamento industrial tem seus pontos fortes, e a escolha entre eles dependerá dos objetivos do pecuarista, das condições ambientais e das características desejadas no rebanho.

O suporte de um técnico especializado pode ser valioso na tomada de decisão sobre qual tipo de cruzamento industrial adotar.

  1. Cruzamento Rotacional

Este tipo de estratégia pode ser utilizada entre duas ou três raças diferentes, por exemplo, Red Angus x Nelore ou Nelore x Senepol x Red Angus.

Este método é recomendado para pecuaristas que almejam utilizar as fêmeas resultantes na reprodução, tirando proveito do potencial reprodutivo que apresentam.

Objetivo: Para os machos, destina-se ao abate, enquanto as fêmeas são direcionadas para a reposição de matrizes.

  1. Cruzamento Terminal

Nesse caso, todos os produtos do cruzamento, independente se são machos ou fêmeas, destinam-se ao abate. Neste tipo de cruzamento podem utilizam-se duas ou três raças, de forma que:

  • 2 raças

Macho taurino x Matriz Zebuína = F1 destinada ao abate

  • 3 raças (também chamado de tricross)

Macho taurino x Matriz Zebuína = F1 destinada a reprodução

F1 x 3ª raça = Produtos destinados ao abate

Qual a diferença entre cruzamento simples e cruzamento industrial?

Enquanto o cruzamento simples envolve a reprodução entre bovinos da mesma raça, o cruzamento industrial busca combinar características de diferentes tipos biológicos para obter benefícios específicos.

Portanto, o cruzamento industrial é uma estratégia mais avançada, exigindo planejamento e definição de objetivos pelo pecuarista.

Nesse sentido, investir no cruzamento industrial é uma decisão estratégica que pode potencializar a sua produção de gado de corte.

Ao compreender os processos, benefícios e tipos de cruzamento, você, pecuarista, estará mais preparado para tomar decisões, elevando a eficiência e rentabilidade do seu negócio.

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