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Estresse térmico em bovinos: uma questão muito além de bem-estar

O estresse térmico em bovinos vem preocupando cada vez mais os pecuaristas, em função do rápido avanço do aquecimento global e das altas temperaturas terrestres.

Os impactos metabólicos nos bovinos ocasionados pelas alterações de temperatura são muitos e, neste sentido, algumas medidas devem ser tomadas para evitar queda na produtividade do rebanho.

Para tanto, é imprescindível que o pecuarista consiga identificar os sinais, comportamentais e/ou fisiológicos do estresse térmico, garantindo, assim, o bem-estar dos animais.

Para entender quais são estes sinais e como os efeitos podem ser evitados, leia este texto até o final. 😉

O que é o estresse térmico em bovinos?

O conceito de estresse térmico em bovinos pode ser explicado como sendo qualquer alteração comportamental ou fisiológica decorrente de influências ambientais.

Em outras palavras, o resultado do estresse térmico é o aumento da temperatura corporal do bovino, o que impacta diretamente no funcionamento do seu metabolismo e, consequentemente, na sua produtividade.

No Brasil, devido ao clima tropical com altas temperaturas, este cenário se torna ainda mais problemático. Cabe ao pecuarista dispor de algumas estratégias que diminuam os efeitos ambientais negativos sob o rebanho.

Como os bovinos entram em estresse térmico?

Os bovinos são animais homeotérmicos, assim como os seres humanos. Isso quer dizer que sua temperatura corporal permanece estável para o bom funcionamento do organismo, mesmo que o ambiente esteja muito mais quente ou muito mais frio.

Infográfico zona de estresse térmico dos bovinos.

Zona de temperatura ótima e estresse térmico dos bovinos.

Porém, existem situações, principalmente em regiões de clima tropical, em que o animal não consegue dissipar calor na mesma intensidade em que o corpo está recebendo do ambiente, portanto o animal entra na  zona de estresse térmico.

O estresse térmico em bovinos leiteiros

Apesar de qualquer bovino estar sujeito ao estresse térmico, em se tratando de bovinos de leite de alta produção, a atenção do pecuarista deve ser redobrada.

Isso porque as vacas de alta produção consomem mais alimento e possuem maior taxa de calor metabólico, logo, a produção de calor pelo corpo é maior.

As vacas sob efeito de estresse térmico, certamente, produzem menos leite devido a uma série de respostas fisiológicas que impactam negativamente a lactação.

Redução no consumo de alimentos

Vacas em estresse térmico diminuem a ingestão de matéria seca, o que resulta em um consumo inadequado de nutrientes  para a produção de leite.

Redução na produção E QUALIDADE DO leite

Os reflexos negativos do estresse térmico se manifestam também na redução da produção de leite; alteração nos componentes, como proteína e gordura; aumento no teor de nitrogênio ureico; redução na estabilidade do leite e depressão do sistema imune e aumento na contagem de células somáticas.

Leia também: Leite integral, semi ou desnatado. Saiba mais!

Alterações no metabolismo

Quando a vaca está em lactação, grande parte da energia ingerida é direcionada para a produção do leite. Porém, quando a fêmea lactante está em condições térmicas desfavoráveis, ocorrem alterações hormonais, o seu corpo direciona energia para equilibrar a temperatura corporal, como por exemplo, para a transpiração e ofegação, e  diminui a energia direcionada para a produção leiteira.

Desconforto e estresse geral

O estresse térmico causa alterações nos padrões de comportamento dos animais. Estas alterações comportamentais como aumento da frequência respiratória, redução da ruminação, busca por sombra, maior consumo de água, dentre outras, são usadas para avaliar o estresse e o desconforto do animal.

Redução na eficiência reprodutiva

O estresse térmico pode afetar a eficiência reprodutiva das vacas, resultando em períodos mais longos entre os partos e, portanto, em períodos de lactação mais curtos.

Quais são os sinais?

  • Ofegação excessiva;
  • Salivação intensa;
  • Aumento na ingestão de água;
  • Redução no consumo de matéria seca;
  • Busca constante por sombra;
  • Inquietação;
  • Redução na produção de leite;
  • Desempenho reprodutivo reduzido.

Práticas de manejo

O consumo de matéria seca pela vaca começa a diminuir quando a temperatura ambiente excede 25,5°, portanto, cabe ao pecuarista utilizar artifícios para que isso não aconteça.

  • Promover o sombreamento adequado do local onde as vacas estão;
  • Utilizar a estratégia do “lanche“ para vacas em pastejo nas horas mais quentes do dia (esse manejo consiste em nas horas mais frescas do dia, deixar as vacas em pastejo e, próximo ao meio-dia, colocar as vacas no cocho para consumir um pouco de silagem e, deixá-las ali até o horário da ordenha da tarde);
  • Disponibilizar água limpa e suficiente para os animais se hidratarem;
  • Em sistemas de Free Stall, é ideal que haja ventiladores e aspersores;
  • Evitar que o animal locomova-se em grandes distâncias, principalmente nos horários de temperaturas mais quentes do dia.

Durante a espera para a ordenha, como as vacas ficam aglomeradas na sala, é um momento de grande possibilidade de estresse térmico. Para que isso não aconteça, recomenda-se o uso de ventiladores e/ou aspersores, bem como instalações com pé direito alto para a melhor ventilação de ar.

Nos pastos, é ideal que haja sombra de árvores, como por exemplo a utilização de sistema silvopastoris, ou ainda, pode-se instalar sombrites artificiais que protejam os animais do sol.

⚠️DICA PREMIX: Faça a instalação do sombrite no sentido norte-sul, para que a sombra “caminhe” pelo piquete, evitando, assim, a formação de lama por excesso de pisoteio dos animais. Além disso, pode-se realizar a rotação das áreas de sombra.

Como a Premix pode ajudar na estratégia?

A utilização de um produto tamponante, como o Rúmen Tamponante Fator P da Premix, diminui o pH ruminal, corrigindo problemas resultantes do alto consumo de alimentos concentrados, como a baixa taxa de ruminação nos animais estressados pelo calor. Além disso, ajuda a reduzir a deficiência de potássio, sódio, cloro, cálcio e magnésio, que também é comum nesses animais.

Em suma, um bom manejo ambiental aliado a um bom manejo nutricional, podem trazer os melhores resultados para a sua produção leiteira.

Neste sentido, entre em contato com um de nossos consultores técnicos e saiba mais sobre as estratégias para evitar as consequências do estresse térmico no rebanho.

Juntos, temos a certeza de que conseguiremos atingir os melhores resultados!

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