Confinar ou engordar a pasto?
Confinar ou criar a pasto não é uma decisão fácil para qualquer pecuarista. Qualquer que seja a estratégia de terminação do animal, ela envolve investimento de tempo e financeiro e o retorno também irá depender de variáveis nem sempre controladas, como o preço da arroba, dos insumos e das recrias.
Essa dúvida é tão importante que separamos alguns tópicos neste post para ajudar você na decisão.
Informações que você vai ver no texto:
- Dados do confinamento no Brasil
- Tempo de abate
- Alimentação
- Infraestrutura
Um panorama sobre confinamento
De 2010 a 2018, os números de animais confinados no Brasil tiveram um acréscimo de 61%. Isso representa um crescimento de quase 2 milhões de cabeças de gado.
Esse incremento demonstra o interesse dos pecuaristas no modelo de negócio. Além disso, é notório o nível de modernização das instalações nos últimos anos, o que também se reflete na produtividade do modelo.
Veja abaixo o gráfico que demonstra a evolução do número de bovinos confinados nos últimos anos no Brasil:
Outro fator importante na tomada de decisão do pecuarista para confinar ou não os animais é o valor da terra. Ou seja, é comum observar que em regiões/estados onde a terra tem um valor mais elevado, há um número maior de sistemas de confinamento.
O contrário também é válido: em regiões onde o valor da terra é mais barato, o pecuarista tende a optar pela engorda no pasto.
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Fonte: AnualPec, 2016.
Tempo de abate
No momento de calcular os custos, o produtor precisa também considerar o tempo de acabamento do animal. Quanto maior for o tempo até o abate, maior também será o retorno financeiro sobre aquele lote.
O cálculo que o pecuarista precisa fazer é: o tempo x valor investido / valor de venda.
Com essa simples operação é possível determinar o quanto o animal custou durante o período de engorda, seja no pasto ou no sistema de confinamento.
Em média, o tempo de um animal criado no pasto é de 48 meses até o abate. Já no confinamento, o período até o abate é de 28 meses.
Alimentação
Além do tempo, outro fator importante na atividade pecuária são os custos que envolvem a alimentação.
Em média, o alimento do gado representa cerca de 70% dos custos de confinamento e esses custos estão diretamente ligados os valores de insumos agrícolas.
Para calcular corretamente todos os custos que envolvem a alimentação dos animais, deve-se considerar os valores de alguns itens como volumoso, concentrado, mão de obra e combustível.
Infraestrutura
A aquisição de equipamentos e a construção de estrutura impactam diretamente na tomada de decisão do produtor. O investimento inicial em infraestrutura exige um aporte financeiro significativo, seja na compra de tratores, cercas, cochos, barracão, bebedouros, entre outros.
Os custos implantação do modelo podem fazer com que muitos pecuaristas não se sintam preparados para a adoção dele.
Por isso, também é comum observar o modelo de semiconfinamento, que exige menos investimento para implantação, assim como o modelo de boitel, no qual o pecuarista engorda seu boi no confinamento de terceiro.
Depois de ponderar esses fatores, fica mais fácil decidir sobre o confinamento
Devido à oferta de pastagem e à extensão territorial, a criação a pasto no país ainda é a mais comum e, provavelmente, tal modelo de criação ainda será muito explorado nos próximos anos.
Mas também é verdade que o confinamento, ano a ano, ganha espaço e já representa uma fatia importante no volume de abate no Brasil.
Independente do modelo que o pecuarista adotar na sua fazenda, seja confinamento, semiconfinamento, ou a pasto, o importante é acompanhar os números para medir a efetividade do modelo.
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Até a próxima!