Vacas em confinamento coberto consumindo dieta no cocho.
Leite orgânico.
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Leite orgânico: saiba como produzir com sustentabilidade e rentabilidade.

O mercado de leite orgânico tem ganhado cada vez mais destaque não só no Brasil, como também em vários países do mundo.

Os consumidores vêm se tornando cada dia mais exigentes e buscando alternativas mais saudáveis e sustentáveis de alimentação.

Para os pecuaristas visionários, essa exigência do consumidor é mais uma oportunidade de diversificação e aumento da rentabilidade da produção.

Convidamos você, pecuarista, a continuar a leitura deste texto para descobrir um pouco mais sobre a produção de leite orgânico e entender como funciona a certificação.

O que é o leite orgânico?

No Brasil, considera-se leite orgânico, aquele que seguir todos os requisitos descritos na IN 46 de 6 de outubro de 2011 e, mais recentemente, na portaria nº 52, de 15 de março de 2021.

Esses requisitos, incluem a adoção de técnicas de produção específicas, que visam otimizar o uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis, bem como, respeitar a integridade cultural das comunidades rurais.

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Em outras palavras, podemos dizer que a produção de leite orgânico deve ser o mais “limpa” possível. Por exemplo, a alimentação das vacas deve ser livre de grãos transgênicos ou que receberam agrotóxicos e/ou fertilizantes químicos.

Além disso, deve haver a minimização do uso de energia não renovável na propriedade, sempre que possível, utilizar métodos culturais, biológicos e mecânicos, ao invés do uso de materiais sintéticos, como medicamentos e antibióticos, como promotores de crescimento, por exemplo.

Outros dois pré-requisitos da cadeia produtiva do leite orgânico é em relação ao bem-estar dos animais e à preservação do meio ambiente.

O objetivo disso tudo é a sustentabilidade econômica, ecológica e social que esse tipo de produção gera.

Ademais, é importante lembrar que a composição química do leite orgânico é a mesma do leite convencional, porém, no primeiro não há resíduos químicos de qualquer tipo. E, acima de tudo, o leite orgânico deve ser certificado. 

Leite orgânico no Brasil

No Brasil, a atividade está em fase de estruturação e expansão. Embora a produção não tenha tanta representatividade por aqui, grandes players do mercado de laticínios, fomentam programas de incentivo de produção de leite orgânico.

Além disso, o Brasil tem grande potencial de expansão neste tipo de atividade. Já que é um país onde o sistema de produção leiteiro, em sua maioria, é a pasto e com raças adaptadas ao clima tropical, e esses fatores são muito relevantes para a certificação orgânica.

Produtores de leite orgânico no Brasil

Segundo dados do CNPO (Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos), em 2020, no Brasil, tivemos em torno de 96 unidades de produção de leite orgânico. Alguns produtores com laticínios e marcas próprias já estão consolidados no mercado há vários anos em diversas regiões do Brasil, com fornecimento principalmente para o mercado local de leite pasteurizado e/ou de derivados orgânicos, como queijos, iogurtes, manteiga e requeijão.

Como produzir leite orgânico?

Acima de tudo, a produção de leite orgânico deve estar alinhada aos princípios da sustentabilidade. Não somente relacionada ao meio ambiente, mas também, que seja economicamente saudável e socialmente igualitária.

Por isso, algumas especificações são proibidas neste tipo de produção, são elas:

  • Uso de fertilizantes químicos nas pastagens
  • Uso de pesticidas/medicamentos sintéticos nos animais
  • Alimentação dos animais com ração contendo transgênicos (organismos geneticamente modificados)
  • Administração de hormônios de crescimento ou promotores de crescimento
  • Confinamento permanente ou condições inadequadas de bem-estar animal
  • Uso de antibióticos de forma preventiva ou indiscriminada
  • Alimentos ou forragens tratados com agrotóxicos
  • Falta de práticas de manejo sustentável, como reciclagem de resíduos e proteção do solo e da água
  • Descarte inadequado de resíduos orgânicos ou poluentes
  • Desrespeito ao programa de vacinação obrigatório estabelecido por lei.

BEM-ESTAR DOS ANIMAIS

O bem-estar animal é uma parte essencial da produção de leite orgânico, refletindo os princípios de respeito à vida, sustentabilidade e qualidade do produto final.

Alguns itens como: espaço suficiente para os animais caminharem livremente; garantir acesso constante à água limpa e fresca; manter instalações limpas e bem projetadas, incluindo áreas de descanso com substratos macios e minimizar situações estressantes, como separações abruptas de bezerros são indispensáveis em uma produção orgânica.

TRATAMENTO DE DOENÇAS

Em uma produção de leite orgânico, tratam-se as doenças dos animais somente com homeopáticos e fitoterápicos. Excluindo-se qualquer tipo de medicamento químico.

Permite-se o uso de medicamentos alopáticos em casos extremos, como por exemplo, quando o tratamento com homeopático ou fitoterápico não funcionou e o animal ainda corre risco de morte.

Para realizar esse tipo de intervenção medicamentosa, separa-se o animal do rebanho e ele retornará somente após o tratamento. Além disso, o período de carência de comercialização do leite deste animal deve ser o dobro do período sugerido no medicamento.

Esse tipo de intervenção é tão burocrático que só pode ser realizado no máximo 2 vezes ao ano em cada animal e deve ser documentado em registro.

Portanto, priorize a prevenção de doenças por meio de boas práticas de manejo, alimentação adequada, instalações limpas e bem-estar dos animais. Isso inclui a minimização do estresse e o fornecimento de condições que fortaleçam a imunidade, diminuindo as chances de doenças.

A vacinação do rebanho deve cumprir a agenda regional normalmente.

REPRODUÇÃO DO REBANHO

A inseminação artificial é uma prática liberada na produção orgânica, desde que o touro doador seja proveniente de criação orgânica.

Passo a passo da certificação de leite orgânico

Primeiramente, o pecuarista deve escolher um órgão certificador que irá prestar este serviço em sua propriedade.

Para garantir a certificação de determinada propriedade, ela deve passar por auditorias realizadas pelos órgãos certificadores. Estes, por sua vez, precisam ser reconhecidos pelo MAPA.

E então, somente depois da certificação, o produto poderá ser comercializado como orgânico e ganhar uma posição de destaque nas prateleiras do mercado.

Clique neste link para saber como deve ser realizado todo o processo de solicitação de certificação.

Infográfico com passo a passo da certificação orgânica. Imagem com o fundo azul, ícones em laranja e frases escritas em branco.

Passo a passo para a certificação orgânica.

Acima de tudo, o pecuarista deve encarar a empresa certificadora, acima de como uma consultoria durante o período de transição de manejo da sua fazenda. Ela irá ajudar neste processo, auxiliando o produtor rural da melhor maneira possível.

Realizam-se visitas periódicas até que a propriedade realmente esteja apta a receber a certificação de produção de leite orgânico.

Formas de certificação

Existem três tipos de certificação para produtos orgânicos. São elas: Certificação por Auditoria, Sistema Participativo de Garantia (SPG) e Controle Social na Venda Direta. O que muda entre uma e outra é a forma de atestação da produção orgânica e a comercialização dos produtos atestados.

  1. Certificação por auditoria

Geralmente realiza-se em propriedades mais tecnificadas, e permite que os produtos sejam vendidos em vários tipos de comércios. O órgão certificador realiza várias inspeções na propriedade para garantir que todos os pré-requisitos estão sendo cumpridos. Este tipo de certificação gera um selo de atestação ao produto.

Selo de Certificação de Produtos Orgânicos -Certificação por auditoria.

Selo de Certificação de Produtos Orgânicos

  1. Sistema Participativo de Garantia (SPG)

É mais comum em propriedades de médio e pequeno porte, por ser menos burocrático. Trata-se de um sistema colaborativo entre as partes envolvidas no processo produtivo, como, técnicos, agricultores e consumidores, para vistoriar uns aos outros, garantindo que as normas de produção orgânica, de fato, estão sendo seguidas.

Neste tipo de certificação também há a emissão do selo para o produto orgânico.

Selo de Certificação orgânica - Sistema Participativo

Selo de Certificação Orgânica emitido por Sistema Participativo.

  1. Controle Social na Venda Direta

Comumente realizado nas pequenas propriedades. Neste tipo de certificação não emite-se nenhum tipo de selo e comercializam-se os produtos somente em feiras e para o governo.

Apesar disso, a propriedade deve estar atestada pelo MAPA e estar aberta à auditorias para verificação.

Conversão do sistema convencional para o orgânico

O pecuarista que decidir instaurar em sua propriedade o processo de produção totalmente orgânico, terá que realizar a migração aos poucos.

O processo de certificação da propriedade leva alguns meses, até que a certificadora realize todas as visitas e conclua as aprovações.

Primeiramente, o pecuarista deve fazer a conversão das pastagens, já que estas precisam ser livres de agrotóxicos e fertilizantes químicos.

Por ser um processo mais demorado, indica-se realizar rotação das pastagens por um tempo, até que o sistema esteja de fato totalmente convertido.

A suplementação dos animais pode ser convertida gradativamente, até que esta seja feita somente com suplementos atestados e certificados.

Nutrição do rebanho de leite orgânico

A parte de nutrição de um rebanho orgânico é a que causa mais insegurança no pecuarista.

Para que a alimentação do rebanho esteja dentro das regras, a pastagem deve estar livre de fertilizantes e defensivos químicos, bem como qualquer grão que componha a dieta.  Estes também não devem ser transgênicos.

Ademais, todo grão/farelo que compõem o suplemento também não devem ser transgênicos. O uso de promotores de crescimento na composição da ração é estritamente proibido, como por exemplo, monensina.

Nesse sentido, a Premix possui em sua linha de suplementos e núcleos, produtos com o selo do IBD, certificadora que aprova o insumo para ser utilizado como produto orgânico em fazendas que produzem leite orgânico.

Atualmente, trabalhamos com os produtos Premiphós 80, Premiphós 60, Fós Premium, Premiphós Leite Pasto, Premiphós Monta, Leite Vitamínico Fator P e o aditivo Fator P, que é 100% natural, modulador ruminal, e tem entre seus objetivos minimizar a produção de metano, contribuir para a melhor qualidade do leite com o aumento de sólidos totais e reduzir a utilização de antiparasitários nos animais, além de auxiliar na resposta imunológica dos bovinos de leite.

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