Correção de solo para renovação de pastagens: calagem, gessagem e fosfatagem.
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Correção de solo para renovação de pastagens: calagem, gessagem e fosfatagem.

A correção de solo para renovação de pastagens é uma prática fundamental para garantir a produtividade sustentável das áreas de pecuária, especialmente em sistemas intensivos. A correção do solo através de calagem, gessagem e fosfatagem é essencial para melhorar a fertilidade e otimizar o desenvolvimento das forrageiras. Aqui está um guia avançado para essas práticas, levando em consideração as especificidades do solo e as necessidades da pastagem:

Análise de Solo: Ponto de Partida

Antes de iniciar qualquer correção, os produtores devem realizar uma análise completa do solo, já que essa etapa é imprescindível. Com essa análise, eles podem identificar com precisão as deficiências nutricionais, os problemas de acidez e, além disso, determinar exatamente quais correções são necessárias para melhorar a qualidade do solo.

Parâmetros importantes a observar na análise de solo:

  • pH
  • Saturação por bases (V%)
  • CTC (Capacidade de Troca Catiônica)
  • Al³⁺ (Alumínio trocável)
  • Teores de Cálcio (Ca²⁺), Magnésio (Mg²⁺), Potássio (K⁺) e Fósforo (P)

Calagem: Correção da Acidez do Solo

A calagem é a prática de aplicar calcário no solo para neutralizar a acidez, diminuir a concentração de alumínio tóxico (Al³⁺) e melhorar a disponibilidade de nutrientes como cálcio e magnésio.

Passos para a calagem:

  1. Determinação da necessidade de calagem: A necessidade de calagem pode ser calculada com base na saturação por bases (V%) desejada para a forrageira. Para pastagens, a saturação ideal está entre 50% e 70%.Fórmula para calcular a quantidade de calcário:NC=(Vd−Va)×T100\text{NC} = \frac{(Vd – Va) \times T}{100}Onde:
    • NC: Necessidade de calagem (t/ha)
    • Vd: Saturação por bases desejada (normalmente entre 50% e 70%)
    • Va: Saturação atual por bases (obtida pela análise de solo)
    • T: CTC a pH 7,0 (capacidade de troca catiônica a pH neutro)
  2. Escolha do tipo de calcário:
    • Calcário Dolomítico: Rico em cálcio e magnésio, indicado para solos com baixo teor de magnésio.
    • Calcário Calcítico: Mais concentrado em cálcio, recomendado para solos que já possuem magnésio suficiente.
  3. Aplicação: O calcário deve ser distribuído uniformemente e incorporado ao solo, preferencialmente de 3 a 6 meses antes do plantio da pastagem. A incorporação pode ser feita com grade aradora ou subsolador, principalmente em áreas compactadas.

Gessagem: Correção do Subsolo e Melhora na Infiltração

A gessagem complementa a calagem, mas atua de forma diferente. O gesso agrícola é utilizado para fornecer enxofre e melhorar a disponibilidade de cálcio nas camadas mais profundas do solo, além de promover a lixiviação do alumínio tóxico para camadas inferiores. Ele não eleva o pH do solo, sendo particularmente útil em situações onde a acidez é maior no subsolo.

Passos para a gessagem:

  1. Determinação da necessidade de gesso: A quantidade de gesso agrícola a ser aplicada é geralmente baseada na textura do solo e nos teores de alumínio e cálcio nas camadas de 20 a 40 cm de profundidade.Recomendação geral:
    • Solos arenosos: 300 a 500 kg/ha
    • Solos argilosos: 500 a 1.500 kg/ha
  2. Aplicação: Os produtores aplicam o gesso a lanço, sem a necessidade de incorporação, pois ele se movimenta naturalmente no perfil do solo com a água da chuva ou irrigação. Eles devem aplicar o gesso no início da estação chuvosa para melhorar a infiltração de água e reduzir a toxicidade por alumínio nas camadas mais profundas. Veja na imagem abaixo, a diferença e o tamanho da importância, ao compararmos a relação planta x raiz realizando a gessagem adequada:

Fosfatagem: Reposição e Disponibilidade de Fósforo

O fósforo (P) é um nutriente essencial, especialmente para o desenvolvimento radicular das plantas. Muitas pastagens estão instaladas em solos tropicais altamente intemperizados, que tendem a apresentar baixos teores de fósforo disponível. A fosfatagem busca corrigir essa deficiência.

Passos para a fosfatagem:

  1. A determinação da necessidade de fósforo começa com a análise do solo, que fornecerá o teor de fósforo disponível. Com base nesses resultados, os produtores ajustam cuidadosamente a quantidade de fósforo a aplicar, considerando tanto o nível crítico de fósforo exigido pela forrageira escolhida quanto a capacidade do solo de adsorver esse nutriente. Dessa forma, eles garantem uma aplicação eficiente e adequada às necessidades do solo e das plantas. Dessa forma, eles podem garantir que o solo receba a quantidade adequada para o desenvolvimento saudável das plantas. Além disso, quando os solos apresentam teores muito baixos de fósforo, ou seja, menores que 5 mg/dm³ de P disponível, é necessário aplicar doses entre 100 e 150 kg/ha de P₂O₅.
  2. Escolha da fonte de fósforo:
    • Superfosfato Simples (18% de P₂O₅): Fonte com liberação mais lenta, mas contém enxofre.
    • Superfosfato Triplo (45% de P₂O₅): Altamente concentrado em fósforo.
    • Termofosfato ou Fosfato Reativo: Mais eficiente em solos ácidos, apresenta liberação gradual e é adequado para pastagens de longa duração.
  3. Deve-se incorporar o fósforo ao solo no momento da implantação da pastagem. Se for necessário corrigir uma pastagem já formada, pode-se aplicar o fósforo em superfície, embora essa prática tenda a ser menos eficiente. Outra opção é a aplicação em linhas, caso o solo esteja compactado e precise de renovação parcial.

Integração das Práticas de Calagem, Gessagem e Fosfatagem

Os produtores devem integrar as três práticas de maneira planejada e estratégica, considerando cuidadosamente tanto o perfil do solo quanto o desenvolvimento da pastagem. Dessa forma, eles realizam cada etapa de acordo com as necessidades específicas do terreno e das plantas. Primeiramente, os produtores devem realizar a calagem, pois essa etapa corrige o pH do solo e neutraliza o alumínio tóxico. Logo depois, é importante aplicar a gessagem, já que essa prática melhora a estrutura do solo em maior profundidade. Finalmente, os produtores devem realizar a fosfatagem, o que garante a nutrição adequada da pastagem e contribui para um desenvolvimento mais saudável e produtivo.

Recomendações Finais Para Uma Correção De Solo Para Renovação de Pastagens Eficiente

  • Rotação de culturas: Em alguns casos, pode ser benéfico intercalar a pastagem com culturas que fixam nitrogênio ou promovem a reciclagem de nutrientes, como leguminosas.
  • Manejo da matéria orgânica: Manter ou aumentar os níveis de matéria orgânica no solo é essencial para garantir a capacidade de retenção de nutrientes e água, além de melhorar a atividade microbiológica.
  • Monitoramento contínuo: Realizar novas análises de solo periodicamente (a cada 2-3 anos) para ajustar as doses de corretivos e fertilizantes e garantir a longevidade da pastagem.

Este guia avançado tem como objetivo otimizar a correção do solo e melhorar a fertilidade da pastagem, criando assim um ambiente ideal para o desenvolvimento saudável das forrageiras. Dessa forma, ele garante tanto a produtividade quanto a sustentabilidade ao longo prazo.

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