Preço do boi: A roda gigante do mercado
As especulações no final do primeiro semestre de 2022 em relação ao preço do boi em relação ao mercado do boi gordo eram totalmente positivas.
Isso pois espera-se que, com uma maior demanda do mercado interno, atrelado ao aumento das exportações de carne bovina, o valor da arroba do boi gordo se elevaria.
Porém, o cenário atual ainda mostra alta volatilidade no mercado, dificultando a previsibilidade para os próximos meses.
No início de julho deste ano, o mercado do boi gordo apresentou uma desvalorização em relação ao mês anterior.
Isso em detrimento da maior oferta ocasionada pela sazonalidade de produção, acometida pela falta de pasto e chuvas em algumas regiões.
Isso faz com que os frigoríficos operem com escalas mais alongadas e detenham o poder da comercialização.
Em contrapartida, em meados de julho, o indicador CEPEA apontou uma leve valorização no valor de arroba de 1,57% no mercado físico.
Mesmo com as escalas permanecendo alongadas e os contratos futuros na B3 recuando, apresentando queda de 2,09% para outubro.
Porém, no final de julho, o mercado não se manteve e o valor da arroba do boi voltou a operar em queda.
No dia 27 de julho foi registrado o menor valor de arroba do mês, em 323,38 R$/@, assim como o contrato futuro para outubro, reportado como sendo o menor valor desde maio de 2022, com 322,45 R$/@.
As escalas permaneciam alongadas e a dificuldade de escoamento da produção destinada ao mercado interno já era uma realidade.
Preço do boi Agosto
A primeira semana de agosto foi positiva para o produtor que percebeu uma breve valorização da arroba em 0,66% pelo CEPEA, voltando para os 325,33 reais (praça São Paulo) e contrato futuro de outubro aumentando 0,4% (323,75 R$), com as escalas frigoríficas apresentando redução de 12 para 10 dias.
Porém, seguindo como uma roda gigante, a segunda semana de agosto, o valor da arroba despencou, reportando queda de 4,31% e atingindo valores inferiores a 300,00 R$/@, preocupando os produtores em geral.
Este fato foi tão impactante que acometeu na paralisação de seis plantas JBS, onde foram decretadas férias coletivas.
Isso permitiu com que os demais frigoríficos ofertassem o preço do boi cada vez menores, mantendo o valor da arroba abaixo do esperado para o período.
Vale lembrar que estas plantas paralisadas não eram habilitadas para a comercialização do boi china.
Ou seja, suas produções seriam destinadas ao mercado interno, que apresentam uma demanda também inferior ao projetado para o período.
Em virtude de alguns fatores que foram estipulados, como por exemplo:
Ano eleitoral
O mercado do boi, e o consequente preço do boi, costumar ser maior no segundo semestre.
E além disso, em anos eleitorais, pelo aumento da circulação monetária na base da economia, estimava-se um maior poder de compra da população.
Auxílios governamentais
Redução do IMCS para base de 17% e definição do auxilio Brasil.
Favorece a situação econômica da população e consequentemente impacta positivamente no consumo de proteína animal.
Redução de desemprego
No segundo trimestre de 2022, a taxa de desemprego apresentou redução de 9,3% em relação ao primeiro trimestre.
Portanto, pode estimular o aumento da demanda de carne bovina.
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Preço do boi: ARROBA
Entretanto, ao olhar para um valor de arroba mais competitivo frente aos demais mercados bovinos, as exportações de carne in natura atingiram patamares recordes no final do primeiro semestre.
Com um volume de 167,29 mil toneladas, a receita obtida em julho foi a maior da história, totalizando 1,09 bilhões de dólares, representando um avanço de 5,15% em relação a junho de 2022 e 21,38% em relação de julho de 2021 (SECEX, 2022).
Da mesma forma, o primeiro semestre do ano também foi considerado um marco significativo.
Com um volume de 1,099 milhões de toneladas, o maior já registrado pela SECEX, suportado 66% do total pelo mercado Chinês.
Além disso, o número de bovinos abatidos no primeiro semestre apresentou um aumento de 2,7% em relação a 2021, com 2471 mil cabeças, segundo o IBGE (2022).
Resumindo
Neste sentido, a comercialização da carne bovina se mostrou fortemente atrelada e dependente do dólar.
Sabendo-se que este indicador apresenta alta volatilidade, assim se fez também dentro do mercado afetando o preço do boi.
Outro ponto positivo que o produtor deve estar atento e que segue a direção do boi gordo, é o gado para reposição.
No primeiro semestre, houve uma desvalorização dessa categoria em 11% em relação a média Brasil, provavelmente devido a maior oferta de animais pela redução do abate de matrizes e maiores investimentos tecnológicos dos pecuaristas que propicia um aumento da produtividade.
A expectativa para o curto prazo é que o mercado continue pressionado, com possíveis mudanças para o último trimestre do ano.
Isso porque, é onde a demanda pela população é aumentada, sendo possível efetuar a recuperação do valor da arroba à preços de comercialização mais estáveis.
Mesmo assim, podemos afirmar que a roda gigante do mercado do boi gordo em 2022 gira para ambos os lados.
Em suma, você, leitor do Blog Premix e amigo pecuarista, deve continuar nos acompanhando para não perder as oportunidades do segundo semestre.
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