Recuperação de pastagem: entenda sua importância

O Brasil possui cerca de 160 milhões de hectares compostos por pastagens. 56% desse total, estão em estado de degradação.

A recuperação de pastagem, hoje, é uma necessidade em vários biomas brasileiros, principalmente na Amazônia e no Cerrado.

Para recuperar todas essas áreas de degradação, seriam necessários, aproximadamente, R$384 bilhões (Revista Guia do Criador,2023, Nº21). Esse número assusta. Porém, quando pensamos no retorno produtivo que essa recuperação poderia nos trazer, conseguimos enxergar um investimento.

Valores em reais necessários para recuperar as áreas de pastagens degradadas em cada um dos biomas brasileiros

A principal característica de uma pastagem degradada são pontos de solo descoberto. Ou seja, onde o capim já não tem mais força de rebrota, ele não nasce, deixando, assim, o solo exposto.

A presença de plantas daninhas é outro índice de risco. Bem como, pontos de erosão no terreno e o aparecimento de cupinzeiros.

No entanto, antes da pastagem parar de rebrotar e expor o solo, ela nos dá sinais de que isso acontecerá futuramente. Como por exemplo, a mudança de cor, a perda de vigor, mudanças no habito de crescimento e presença de pragas.

Para evitar a degradação da pastagem, é importante que o pecuarista controle a capacidade suporte do seu pasto no decorrer do tempo. Além, obviamente, de observar todos esses fatores citados acima.

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Por que fazer recuperação de pastagem?

Primeiramente, a recuperação de áreas degradadas evita que novas áreas precisem ser desmatadas para a implantação de pastagens.

Além disso, é possível recompor a fertilidade do solo; preservar a matéria orgânica; reter mais água no sistema solo-planta e conservar o solo. Tudo isso, vai de encontro com as práticas de pecuária sustentável, assunto muito relevante nos dias de hoje.

Do ponto de vista econômico, vale ressaltar, que, a grosso modo, recuperar a pastagem é mais barato do que estabelecer uma nova.

Causas da degradação de pastagens

As principais causas de degradação das pastagens estão ligadas ao manejo da área, ou ao estabelecimento da forrageira.

• Excesso de animais na área;
• Sistemas de pastejo impróprios;
• Não respeitar o tempo de rebrota da forrageira;
• Uso equivocado de espécies consorciadas;
• Ausência de adubação de manutenção;
• Má formação inicial da pastagem.

Recuperação de pastagem x estabelecimento de pastagem

Muitos produtores têm dúvidas entre essas duas práticas. Quando fazer cada uma delas, como fazer e se é viável fazer.

O estabelecimento de pastagem consiste em eliminar a população de plantas previamente existentes e implantar nova espécie (ou a mesma). Após esta etapa, deve-se realizar o preparo do solo e, em seguida, fazer o plantio da nova espécie forrageira (sementes ou mudas).

Já a recuperação de pastagem, é o aproveitamento da espécie forrageira já estabelecida. Empregando técnicas que reconstituam a fertilidade do solo e que deem condições de rebrota ao pasto da área.

Em casos mais graves de degradação, não há como fazer a recuperação de pastagem. De forma prática, se existirem áreas com mais de 2 m² de solo descoberto na mesma região, entende-se que a melhor saída é o estabelecimento de uma nova pastagem.

Práticas para a recuperação de pastagem

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

É preferível que esse controle seja realizado nas épocas secas do ano, quando as plantas estão com atividade metabólica reduzida. Pode ser realizado através de dessecantes químicos ou controle cultural.

ANÁLISE DE SOLO

Com base nos resultados da análise de solo da sua área, é possível realizar as adubações de manutenção conforme a necessidade do solo.

Assim, pode-se evitar redução da produtividade e gastos desnecessários no seu negócio.

CALAGEM

Necessária para neutralizar a acidez do solo, o que proporciona maior disponibilidade de nutrientes para as plantas da área.

MANEJO DA PASTAGEM

O processo de recuperação de pastagem é oneroso ao pecuarista. Portanto, para manter a sua pastagem saudável, é necessário controlar o manejo da sua área.

Independentemente do sistema de pastejo adotado na propriedade, algumas variáveis como: interceptação luminosa, altura média do dossel e oferta de forragem, devem ser controlados para que o produtor saiba o limite da lotação na área.

Além de ofertar forragem de qualidade para o seu rebanho, é importante que essa alimentação seja suplementada, tendo em vista que o objetivo é otimizar os ganhos do rebanho.

Essa suplementação, irá depender de vários fatores, como por exemplo, época do ano, qualidade da forrageira e fase dos animais. O que é realmente importante, é que isso seja realizado com suplementos de procedência e com um auxílio técnico.

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