Agropecuária de Baixo Carbono
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Você conhece o Plano ABC – Agropecuária de Baixo Carbono?

O Plano ABC vem da união das iniciais das palavras “Agricultura de Baixo Carbono”.

Oficialmente denominado “Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura”.

Além disso, este é um dos planos setoriais estabelecidos em conformidade com a Política Nacional sobre Mudança do Clima (Lei Federal 12.167/2009).

É parte da estratégia para mitigar a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) e combater o aquecimento global, enquanto isso acontece.

Esta é uma política pública composta por ações que visam a promover a ampliação da adoção de algumas tecnologias agropecuárias sustentáveis com alto potencial de mitigação das emissões de GEEs.

Abaixo você confere quais são essas tecnologias do Plano ABC, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento:

Recuperação de pastagens degradadas

A degradação de pastagens é o processo evolutivo de perda de vigor, de produtividade e de capacidade.

A recuperação natural delas para sustentar os níveis de produção e qualidade exigidos pelos animais, possuí grande impacto na pecuária.

Esse processo também tem impacto na capacidade do sistema de produção em superar os efeitos nocivos de:

  • Pragas
  • Doenças
  • Invasoras

Afinal, elas culminam na degradação avançada dos recursos naturais, em razão de manejos inadequados.

CONHEÇA TAMBÉM: Os melhores tipos de pasto para cada tipo de solo

Com o avanço do processo de degradação, verifica-se a perda de cobertura vegetal e redução no teor de matéria orgânica do solo.

Em suma, temos como resultado um aumento da emissão de CO2 para a atmosfera.

A recuperação de pastagens degradadas e sua manutenção da produtividade certamente contribuem para mitigar a emissão dos gases do efeito estufa.

ILPF e SAFs

A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é uma estratégia de produção sustentável que integra atividades agrícolas, pecuárias e/ou florestais realizadas na mesma área.

Elas atuam, acima de tudo, em cultivo consorciado, em sucessão ou rotacionado, e buscam efeitos sinérgicos entre os componentes do agroecossistema.

Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são descritos como sistemas de uso e ocupação do solo.

Onde plantas lenhosas perenes são manejadas em associação com plantas herbáceas, arbustivas, arbóreas, culturas agrícolas e forrageiras.

Isso tudo em uma mesma unidade de manejo, de acordo com arranjo espacial e temporal, com alta diversidade de espécies e interações desses componentes.

A ILPF e os SAFs contribuem para recuperação de áreas degradadas, e consequentemente com o Plano ABC.

Além disso auxilia na manutenção e reconstituição da cobertura florestal, promoção e geração de emprego e renda, adoção de boas práticas agropecuárias (BPA), melhoria das condições sociais, adequação da unidade produtiva à legislação ambiental.

Como resultado, também valoriza os serviços ambientais oferecidos pelos agroecossistemas, tais como:

  • Conservação dos recursos hídricos e edáficos
  • Abrigo para os agentes polinizadores e de controle natural de insetos-pragas e doenças
  • Fixação de carbono e nitrogênio
  • Redução da emissão de gases de efeito estufa
  • Reciclagem de nutrientes
  • Manutenção e uso sustentável da biodiversidade

A estratégia de ILPF e os Sistemas Agroflorestais contemplam quatro modalidades de sistemas, assim caracterizados:

  1. Integração Lavoura-Pecuária (Agropastoril)
  2. Lavoura-Pecuária-Floresta (Agrossilvipastoril)
  3. Pecuária-Floresta (Silvipastoril)
  4. Lavoura-Floresta (Silviagrícola).

Sistema Plantio Direto (SPD)

O Sistema Plantio Direto (SPD) consiste em um complexo de processos tecnológicos destinados à exploração de sistemas agrícolas produtivos.

Acima de tudo compreendendo mobilização de solo apenas na linha ou cova de semeadura, manutenção permanente da cobertura do solo, diversificação de espécies e minimização ou supressão do intervalo de tempo entre colheita e semeadura.

Esse sistema deve estar associado à agricultura conservacionista de forma a contribuir para conservação do solo e da água.

Portanto, contribui para o aumento da eficiência da adubação, incremento do conteúdo de matéria orgânica do solo e na relação benefício-custo.

Por outro lado, reduz o consumo de energia fóssil e de agrotóxicos, mitigação da emissão dos gases de efeito estufa e contribuição para o aumento da resiliência do solo.

Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN)

O aumento da produção agrícola é especialmente dependente do suprimento de nitrogênio, um dos principais fatores limitantes nos solos tropicais e subtropicais.

Aproximadamente 78% da atmosfera é composta por nitrogênio (N2), indisponível para a maioria dos organismos.

Ou seja, apenas um número limitado de espécies de microrganismos tem a capacidade de converter N2 em nitrogênio reativo (assimilável pelas plantas) por meio da Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN).

Esse processo é indispensável para a manutenção da vida no planeta e estratégico para a sustentabilidade na agricultura (plano ABC).

A FBN é amplamente reconhecida, pois reduz o custo da produção e os riscos para o meio ambiente pela diminuição de emissão de gases de efeito estufa.

Além de elevar o conteúdo de matéria orgânica (sequestro de carbono) e melhorar a fertilidade do solo.

Florestas plantadas

A produção de florestas plantadas (econômicas) nas propriedades rurais possui quatro objetivos básicos:

  1. Implementar uma fonte de renda de longo prazo para a família do produtor
  2. Aumentar a oferta de madeira para fins industriais (celulose e papel, móveis e painéis de madeira), energéticos (carvão vegetal e lenha), construção civil e outros usos;
  3. Reduzir a pressão sobre as matas nativas
  4. Capturar CO2 da atmosfera, reduzindo os efeitos do aquecimento global.

Dessa forma, visa a promover ações de reflorestamento no país, expandindo a área reflorestada destinada à produção de fibras, madeira e celulose em 3 milhões de hectares.

Tratamento de dejetos animais

A correta destinação dos dejetos e efluentes originados da criação de animais estabulados, no entanto está condicionando a regularidade ambiental das propriedades rurais.

O tratamento adequado desses efluentes e dejetos contribui para a redução da emissão de metano.

Isso representa o equacionamento de um problema ambiental, além disso ele possibilitar um aumento na renda dos agricultores, seja pelo composto orgânico produzido ou pela geração de energia automotiva, térmica e elétrica por meio do uso do biogás.

Os processos de biodigestão e compostagem já são conhecidos e proporcionam a redução de custos de produção.

Já que eles evitam consumo de energia, insumos químicos, diminuem os riscos para o meio ambiente, bem como reduzem a emissão de GEE.

Adaptação às mudanças climáticas

As mudanças do clima na distribuição das chuvas, na temperatura e outros fatores sobre o ciclo das culturas e da vegetação, como resultado, podem resultar em safras menores e produtos de menor qualidade.

Além disso, traz grandes prejuízos para a agricultura, essas transformações podem colocar em risco a segurança alimentar e a permanência dos agricultores no campo.

A adaptação às mudanças climáticas deve ser parte de um conjunto de políticas públicas de enfrentamento das alterações do clima.

A estratégia é investir com mais eficácia na agricultura, promovendo sistemas diversificados e o uso sustentável da biodiversidade e dos recursos hídricos.

Em suma, apoiados no plano ABC o processo de pesquisa, transição e organização da produção, garantem uma maior geração de renda.

Quer saber mais? Sobre essas adaptação dos sistemas produtivos? Fale com um de nossos técnicos digiatis.

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