Milho Hidratado no Confinamento
A busca por maior eficiência na pecuária intensiva tem levado, por um lado, confinadores a explorarem novas estratégias nutricionais. Nesse contexto, o uso do milho hidratado, por sua vez, vem sendo cada vez mais adotado, ganhando, assim, espaço como uma solução altamente eficaz. Mas por que essa prática tem se tornado uma tendência? E como ela pode impactar os resultados do confinamento?
Neste artigo, você descobrirá tudo sobre essa tecnologia, seus benefícios, desafios e como aplicá-la da melhor forma.
O Que é o Milho Hidratado?
O milho hidratado é um processamento do grão seco no qual, para aumentar sua umidade antes da ensilagem, água é adicionada. Esse processo, por sua vez, pode incluir fermentação, o que torna o milho mais digestível para os bovinos. Além disso, ele também é conhecido como milho reconstituído ou milho úmido.
A hidratação ocorre normalmente até que o milho atinja entre 28% e 35% de umidade, sendo depois armazenado em silos para fermentação. Esse método permite um melhor aproveitamento energético, reduzindo desperdícios e otimizando a conversão alimentar.
Por Que o Uso do Milho Hidratado Está Crescendo?
A crescente adoção dessa estratégia não é à toa. O milho hidratado oferece vantagens competitivas em relação ao milho seco, impactando diretamente o desempenho dos animais e a viabilidade econômica dos confinamentos.
1. Maior Aproveitamento do Amido
O processo de hidratação e fermentação prévia quebra a estrutura do amido, tornando-o mais acessível para a digestão ruminal. Isso significa que o animal consegue extrair mais energia do alimento.
2. Redução do Risco de Acidose Ruminal
Quando o milho seco é moído, ele se torna altamente fermentável, podendo gerar picos glicêmicos e causar acidose. Já o milho hidratado libera energia de forma mais gradual, garantindo maior segurança ruminal.
3. Ganho de Peso Mais Expressivo
Estudos indicam que bovinos alimentados com milho hidratado apresentam um maior ganho médio diário (GMD). Isso ocorre porque a fermentação prévia facilita a digestão e melhora a conversão alimentar.
4. Economia no Processo
O milho seco precisa ser triturado ou laminado antes de ser utilizado na dieta. Isso envolve custos com equipamentos e consumo de energia. Com o milho hidratado, a necessidade de processamento é reduzida, o que pode baixar os custos operacionais.
5. Maior Estabilidade e Conservação
O armazenamento do milho hidratado em silos ensilados melhora a estabilidade da matéria-prima, protegendo contra micotoxinas e deterioração. Isso garante um fornecimento mais seguro e previsível ao longo do confinamento.
6. Flexibilidade no Uso de Milho de Baixa Qualidade
Muitas vezes, grãos de milho de qualidade inferior podem ser adquiridos a preços mais baixos e reidratados, tornando-se uma alternativa viável para reduzir custos sem comprometer o desempenho animal.
Como Implementar o Uso do Milho Hidratado no Confinamento?
A adoção do milho hidratado exige planejamento e estrutura. Veja os principais passos para garantir um uso eficiente:
Escolha do Milho
Opte por grãos inteiros ou quebrados, com níveis adequados de amido e umidade.
Hidratação
Adicione água ao milho até atingir entre 28% e 35% de umidade. Esse processo pode ser feito diretamente na propriedade.
Ensilagem
O milho deve ser armazenado em silos bem compactados para garantir a fermentação ideal. Isso melhora sua digestibilidade e conservação.
Tempo de Fermentação
Recomenda-se aguardar 3 a 4 semanas antes de iniciar a oferta aos animais, garantindo que o processo de fermentação ocorra corretamente.
Controle de Qualidade
Monitore o teor de umidade e o nível de fermentação para evitar perdas e garantir máximo aproveitamento nutricional.
Estudos e Referências sobre o Uso do Milho Hidratado
O milho hidratado já foi amplamente estudado por diversas instituições. Algumas referências importantes incluem:
Berchielli, T. T., & Andrade, P. (2018). Nutrição de Ruminantes: Processos de Digestão e Metabolismo.
Restle, J. et al. (2019). Efeito do Processamento do Milho na Nutrição de Bovinos de Corte Confinados.
Silveira, A. L. et al. (2021). Avaliação do Milho Reconstituído na Dieta de Bovinos em Terminação.
Esses estudos demonstram a eficiência dessa tecnologia, reforçando sua aplicação prática e os ganhos produtivos observados no campo.
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