Renovação ou Recuperação de Pastagens: qual caminho seguir para ganhar produtividade?

Atualmente, a degradação de pastagens representa um dos principais gargalos da pecuária brasileira. De fato, estima-se que mais de 100 milhões de hectares estejam em algum estágio de degradação. Esse cenário, por sua vez, impacta diretamente o desempenho do rebanho e, consequentemente, compromete tanto a produção de arrobas quanto — e talvez principalmente — o bolso do produtor. Diante desse cenário, uma pergunta se torna inevitável: é melhor fazer renovação ou recuperação de pastagens?

Embora, à primeira vista, pareçam termos semelhantes, as duas estratégias são, na realidade, distintas e indicadas para contextos diferentes. Por isso, compreender bem essa diferença é fundamental para que o produtor tome decisões mais assertivas e, acima de tudo, mais lucrativas no campo.

✅ Quando optar pela recuperação de pastagens

A recuperação de pastagens, por sua vez, é recomendada quando o capim ainda demonstra certo vigor e a estrutura do solo não foi completamente comprometida, mesmo estando em um estágio mais avançado de degradação. Nessa situação, como a vegetação ainda possui potencial, não é necessário eliminá-la. O foco, portanto, está em corrigir os fatores limitantes e, assim, estimular o crescimento da forrageira já existente.

As principais ações envolvem:

• Correção da fertilidade do solo com calcário e adubação;

• Manejo do pastejo para evitar sobrecarga animal (ua/ha);

• Controle químico ou mecânico de plantas invasoras;

• Sobressemeadura com cultivares mais adaptadas.

📌 Vantagens da recuperação:

• Menor custo por hectare;

• Retorno mais rápido;

• Menor impacto na dinâmica da fazenda.

📌 Limitações:

• Pouco eficaz em áreas muito degradadas;

• Requer avaliação técnica detalhada.

Segundo a Embrapa, a recuperação pode resultar em aumento de até 50% na taxa de lotação animal quando feita corretamente.

🔄 Quando a renovação da pastagem é inevitável

Já a renovação de pastagens, por outro lado, deve ser considerada quando a degradação atinge um estágio mais crítico — com perda significativa da cobertura vegetal, compactação severa do solo, perda significativa de proteína bruta e, ainda, presença dominante de plantas invasoras. Diante desse cenário, a única alternativa viável passa a ser, inevitavelmente, recomeçar do zero.

Etapas típicas da renovação:

1. Dessecação da vegetação existente.

2. Preparo do solo (convencional ou sistema plantio direto).

3. Correções químicas e físicas do solo.

4. Escolha e semeadura de uma nova cultivar forrageira.

📌 Vantagens da renovação:

• Alta eficiência em áreas críticas.

• Possibilidade de introdução de forrageiras mais produtivas e resistentes.

• Base ideal para integração lavoura-pecuária.

📌 Desvantagens:

• Custo mais elevado por hectare.

• Tempo de retorno mais longo.

Quando bem executada, a renovação pode dobrar a capacidade produtiva da área em relação ao seu estado anterior.

🌱 Escolher a semente certa faz toda a diferença

Seja para recuperar ou renovar, a qualidade da semente utilizada é determinante para o sucesso da pastagem. Afinal, não adianta preparar bem o solo se o material genético não responde com vigor, rusticidade e valor nutritivo.

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Entre os destaques, estão:

• Braquiárias resistentes ao ataque de cigarrinha.

• Cultivares com alta produção de matéria seca.

• Gramíneas adaptadas à integração lavoura-pecuária.

• Linha Evolux de sementes incrustadas.

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🎯 E então, renovar ou recuperar?

A resposta ideal depende de uma avaliação técnica detalhada — envolvendo análise do solo, histórico da área, nível de degradação e objetivo produtivo.

Em muitos casos, recuperar primeiro pode ser uma boa estratégia para áreas moderadamente comprometidas. Já em áreas muito degradadas, renovar é o único caminho viável.

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Referências técnicas:

1. EMBRAPA – Degradação de pastagens no Brasil: causas, impactos e soluções.

2. EMBRAPA Gado de Corte – Tecnologias para intensificação da produção a pasto.

3. BeefPoint – Custos e resultados da recuperação e renovação de pastagens.